Emprego na indústria atinge o maior nível em 6 anos

DE JOEL MONTEIRO JR.
O nível de emprego na indústria cresceu 2,5% em junho em relaçãoao mesmo mês do ano passado, perfazendo 24 meses de crescimento nessa base decomparação. Neste ritmo, o emprego industrial cresceu 2,7% no primeiro semestre,a maior expansão já apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE) desde 2002.
Segundo a
economista Isabella Nunes, da coordenação de indústria do instituto,o bom desempenho do mercado industrial está refletindo o nível elevado de produçãodo setor e está sendo puxado pelos segmentos que são destaque na atividade,como máquinas e equipamentos, material de transporte e produtos eletronicos.
Em comparação com junho do ano passado, o nível de emprego cr
esceu 10,3% nosetor de máquinas e equipamentos; 9,9% no de meios de transporte; 12,4% no setorde máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações; e 3,1% em alimentose bebidas. No semestre, os principais destaques foram as atividades de máquinase equipamentos (12,6%), meios de transporte (10,8%), máquinas, aparelhos eletroeletrônicose de comunicações (12,9%) e alimentos e bebidas (3,1%).
Por outro lado, Isabella disse que os segmentos mais empregadores da indústria, como calçados e vestuário, prosseguiram com resultados negativos na ocupação no primeiro semestre, o que impede um crescimento ainda mais vigoroso do emprego industrial.
Em relação a junho do ano passado, os principais destaques negativos foram: calçados e artigos de couro (menos 9,4%), vestuário (menos 6,3%) e têxtil (menos 6,1%). No semestre foram: calçados e artigos de couro (menos 11,1%), vestuário (menos 5,0%),madeira (menos 8,2%) e têxtil (menos 5,4%). Apesar da influência negativa desses segmentos, Isabella observou que cerca de 70% da indústria apresenta crescimento no emprego.
Na comparação com junho do ano passado, por exemplo, 10 dos 14 locais e 12 dos 18 setores pesquisados aumentaram o número de trabalhadores na indústria. Os principais destaques regionais foram São Paulo (3,6%), Minas Gerais (5,3%) e região Norte e Centro-Oeste (4,1%).
Já no primeiro semestre, em termos regionais, houve índices positivos em 11 locais e as principais contribuições positivas vieram de São Paulo (4,1%), Minas Gerais (3,7%) e região Norte e Centro-Oeste (3,5%), enquanto Ceará ficou estável(0,0%) e as pressões negativas vieram do Espírito Santo (menos 1,9%) e de Santa Catarina(menos 0,4%).
Sobre os resultados do emprego industrial relativos a junho, Isabella ressaltou que é "consistente" o cenário revelado pelo crescimento consecutivo apurado há 24 meses na comparação com igual mês do ano anterior. Na comparação com o mês anterior, Isabella explicou que a expansão da ocupação de 0,5% é uma "estabilidade" que responde aos resultados da produção industrial de janeiro a maio deste ano, quando o setor ficou estável em patamar elevado.
Segundo ela, a aceleração nos resultados industriais de junho só vai rebater na indústria se for confirmada como tendência e daqui a cerca de três meses, tempo mínimo de defasagem dos reflexos de atividade no mercado de trabalho.